
E vivemos na ilusão de que talvez as coisas não mudem. Pensamos que um pouco de nós pode permanecer apegado ao passado e traze-lo à superfície. Pensamos que, apesar de tantas mudanças, há algo que se mantém vivo.
De repente somos levados abruptamente, por uma brisa gelada, à crua realidade. Quando uma nova etapa começa, quase tudo muda. São poucas as coisas que realmente nos ligam ao que anteriormente chamávamos de dia-a-dia.
E nessa altura, damos a real importância ao que perdemos... porque no fundo, "só apreciamos o valor da água quando o rio está vazio". No entanto, quando damos conta do irremediavel facto de não podermos regressar, deparamo-nos com um vazio que estivera sempre lá, apenas camuflado por um sentimento ao qual damos o nome de esperança... e nessa altura somos atravessados por uma espada invisivel e o frio do metal conjugado com a dor que nos atinge alerta-nos e faz-nos abrir os olhos para o que estava escondido.
Tenho saudades, mas não vou regressar.