terça-feira, 30 de junho de 2009

Casa da Música

Agitação, nostalgia, magia...
Já se fazia tarde... Chegar, reunir, descer aos camarins, vestir rapidamente, fazer de costureira, de cabeleireira e maquilhadora das mais novas que não se continham no nervosismo que sentiam.
Ensaio geral... Aquele homem rechonchudo, que se achava superior só por ser o maestro de uma orquestra, mexia com o sistema nervoso de todas nós! O palco, o centro de toda a emoção e aventura, demonstrava-se mais pequeno do que o imaginado.
Como se costuma dizer: se o ensaio corre mal, o espectáculo correrá bem... com todas as minhas forças rezei para que fosse verdade, pois nem tudo corre bem quando observamos as cadeiras iluminadas e vazias, as mesmas que, no momento decisivo e meias invisíveis no escuro da plateia, abraçam aqueles que nos julgam silenciosamente...
As luzes diminuiram de intensidade calmamente deixando apenas uma réstia da sua presença, como se quisessem passar despercebidas. Um silêncio profundo rodeou o palco... uma música leve começou a tocar, embalando a minha alma, tentando confortar-me, acalmar-me, proteger-nos a todas. Começou e deixei que o destino guiasse os meus passos...

Terá sido a última vez que pisei um palco com o objectivo de encantar, de representar um papel coreografado para o divertimento dos ente-queridos que nos viam? Talvez, mas segredo um desejo profundo de voltar àquele ambiente de modo a sentir novamente aquele nervosismo que me dá tanto prazer, nem que seja apenas como ajudante daquelas que estarão na posição que desempenhei ontem à noite...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

São João

As buzinas enchem o ar, o cheiro a alho porro penetra as nossas narinas, a nossa cabeça sente os efeitos de tantas marteladas, o nosso corpo não revela o cansaço da correria desenfreada, o riso, os gritos e a música invadem o nosso espírito. Sentimos a euforia, agarramo-nos para não nos separarmos no meio daquela multidão que nos esmaga, nada nos faz perder o ânimo... sentamo-nos virados para o rio.
"Quando começa o fogo? Nunca mais!"
De repente um som envade o ar e o céu ilumina-se. O timbre dos foguetes coordena-se com as músicas que as colunas a todos transmitem, as cores e os efeitos fazem os nossos olhos brilhar. Uma calma inexplicável preenche-me, um sorriso aconchega o meu rosto e a minha atenção permance ali. Não sei quanto tempo dura, perco-me naquele jogo de luz e som que me transmite sensações diferentes e maravilhosas.

No fim desejamos regressar a casa onde comida, bebida e brincadeira nos esperam para uma noite passada ao som de gracejos, cantorias e histórias banais. A todos aqueles que me proporcionaram uma excelente noite de São João devo o meu mais sincero obrigada!!

Surpresa

Por vezes somos surpreendidos, mesmo por aqueles que julgamos conhecer. Atitudes de superioridade, de indiferença e de ingratidão que apenas não estávamos à espera...
"Foi só hoje... talvez tenha acontecido algo que não saiba..." - tento arranjar uma desculpa para tais comportamentos mas, por mais que tente, demonstra ser um esforço inútil. A desilusão apodera-se...
Já passou, não tenciono arranjar problemas, mas a verdade é que esquecer é complicado... Afinal, pensamos saber o que esperar e revela-se tudo uma esperança vã.

domingo, 21 de junho de 2009

Irmão

Foste sincero, abriste-me os olhos para a verdade e para aquilo que realmente quero, dissipaste dúvidas e, no fundo, acabaste por me ajudar. Não te quero dizer adeus e não te quero deixar, quero continuar a ser aquela que te ajuda, te aconselha, aquela com quem não consegues ficar chateado e em quem confias acima de tudo!
Ainda me custa, mas agora sei… és o irmão que olha por mim, me protege, o irmão que nunca tive e sempre quis ter.

Obrigada pelo “maior abraço de sempre” maninho…

segunda-feira, 15 de junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

Devia sentir raiva? Devia odiar-te? Sim, depois de tudo o que já me fizeste… mas simplesmente não consigo.
Devia manter-me afastada. És como um vício, uma droga que apenas me destroi quando entra em contacto com o meu sistema. No entanto, tal como os seduzidos, não desejo manter-me longe, sinto-me atraida, tal como uma mosca pela luz, como uma abelha pelo nectar.
Respiro fundo e penso. Há momentos em que tenho a certeza: “Estou curada”, não sinto nada quando penso em nós, mas já não é a primeira vez que o digo. Há momentos em que por instantes falta-me o ar quando penso no que passamos.
Quero ir, impedem-me (“Não te vou a corda para te enforcares!”)… faço bem, faço mal, já não sei o que é correcto…

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Nova etapa

É o fim de uma etapa, o início de um novo (?) caminho que temos de percorrer sozinhos. Tantos ansiavam por este momento, o instante em que podiam afirmar-se "grandes" e percorrer o mundo com outros olhos. Nada volta a ser o que era...
Nunca quis crescer. Sempre desejei ardentemente voltar a uma infância onde a inocência marcava cada um dos meus passos, cada um dos momentos da minha vida. Síndrome de Peter Pan uns dizem? Talvez...
Do passado ficam apenas as lembranças e o desejo mais profundo que tudo volte a ser como dantes. De repente uma vontade intensa de reviver os momentos preciosos e mais felizes da minha vida preenche-me... Como gostaría de voltar às duas melhores semanas da minha vida, reencontrar quem deixei, reencontrar aqueles momentos que jamais viverei. Foram momentos mágicos, de alegria, euforia, nos quais apenas o som de risos e bom disposição enchiam o ar... Tristeza? Nem sombra dela! Mas como tudo foram efémeros, quando dei por mim já tudo tinha terminado e encontrava-me sozinha, uma nova estrada à minha frente que tenho de percorrer. Voltar ao passado é impossível.
Nestes últimos tempos tive de dizer adeus a muito da minha outra vida, uma vida que me parece extremamente distante. Adeus ao meu colégio que após 15 anos se tornou uma segunda casa, adeus aos funcionários, professores que me acompanharam (Sempre desejei entrar em férias, porque e que as aulas não acabam??? Agora compreendo a saudade que vou ter...), adeus aos meus amigos, ao grupo que me protegeu e que me propocionou o melhor de toda a minha vida (Adeus talvez não, mas a verdade é que, quer queiramos quer não, todos tomaremos o nosso próprio caminho e nunca voltaremos a estar como até agora, é inevitavel, é a vida... será melhor? será pior? isso só saberemos mais tarde...), um adeus especial a ti, que transformaste a viagem num cruzeiro de fantasia, me concedeste o final de ano que encaixou nos meus ideais de um sonho (a dor que me trespaçou violentamente o peito, como se uma faca tivesse penetrado todo o meu coração, que percorreu, a cada respiração, todos os centímentros do meu corpo e me fez esquecer tudo o que me rodeava acalmou. Vai passar? espero que sim, mas desaparecer? Acho que nunca... Só gostava de permanecer a tua "maninha", para sempre...). Obrigada a todos que preencheram a minha vida de forma tão especial até agora, nunca vos esquecerei...